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por Geraldo Cunha – escritor

Faz 66 anos que teu “ANÚNCIO” foi publicado naquela antologia* . Quantos leram e gostaram? Milhares ! No entanto não houve resposta. Não que mulheres não houvesse: Não havia virgem como sonhavas. Foi preciso o século XX fechar os seus olhos e o século XI abrirem os seus, dando esperança a bilhões e desalento ; dor e um vazio imenso na alma daqueles que sofrem com a falta da tua palavra amiga e amorosa. Uma perda deveras irreparável. Mas a esperança não morrerá jamais. Quando leio teus poemas e os ensinamentos que tiro deles, é como eu falasse contigo; e vem a saudade e os olhos lacrimejam de emoção por sentir a tua falta. Uma década após tua morte+ se passou, e com ela a resposta do teu “ANÚNCIO”, chegou enfim. A tua Rosa° não a do Amapá, mas do Sul respondeu-te amorosa, confiante e, sobretudo com um regaço virgem ! Estranha é essa vida, ainda há virgens neste planeta; logo numa época que o casamento está fora de moda e a palavra de ordem é “ficar”. Os homens e mulheres se tornaram descartáveis. E mesmo àqueles que insistem em casar, raros os que se mantém fiéis. Outros fazem do casamento um “contrato”. Fim dos tempos. Agora acredite : Virgens existem; acho que duas ou três.

*Antologia Modernos Poetas do Amapá,1960
+Falecimento de Álvaro da Cunha, 22/02/1995
°ROSA, poema da Antologia Modernos Poetas do Amapá

Geraldo Cunha – Maio 2005

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