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OS 200 ANOS DE MARIA

 

Sabrina Campos

Este ano de 2022 traz muitas comemorações, como é a celebração do bicentenário de Maria Firmina dos Reis, personagem ilustre da história do nosso país. Em sua homenagem, o Mundo Cultural World em parceria com o Coletivo Mulheres Artistas, realizam o lançamento da Antologia Poética “Maria Firmina dos Reis, Tributo a Uma Negra Úrsula”, Volume 1 da Série Abolicionistas – WCW.
A Antologia Internacional reúne sessenta coautorias de diversas regiões do Brasil, de Portugal e do continente Africano. Organizada por Élle Marques, laureada pela Academia Poética Brasileira com a Comenda “Descobridores do Brasil”, e, Angeli Rose, laureada com a Comenda “Maria Firmina dos Reis”, premiações resultantes da excelência do trabalho desta coorganização literária e desempenho em propagar a cultura.
Com prefácio de Elaine dos Santos, a obra contém posfácio por Angeli Rose, que também presenteia o leitor com a entrevista concedida por Luiza Lobo. Acesse @firminanegraursula @mundoculturalworld e @coletivomulheresartistas para saber mais!
Maria Firmina dos Reis, a professora, nascida na Ilha de São Luís, no Maranhão, em 1822, recebeu por mérito o título de “Mestra-Régia”. Ocupou a Cadeira de Instrução Primária em Guimarães (MA) ainda jovem, aos 25 anos. Ao se aposentar, já na década de 1880, fundou a primeira escola mista e de ensino gratuito do país.
Nota-se a sua disposição em luta contínua pela equidade, inclusive, de gênero, neste caso, em que a oportunidade de aprendizado se dava também às meninas em incentivo à sua educação formal. Ademais, a igualdade entre classes sociais, já que a escola recebia filhos de fazendeiros, como os do proprietário das terras de engenho onde as aulas aconteciam, e, de trabalhadores braçais da região.
Órfã, criada por uma tia, era amante das letras, e, como escritora, expressou-se em poesias, romances, e conto. Folclorista, Maria era compositora, e, uma de suas obras publicadas se trata do “Hino da Libertação dos Escravos”, letra e música (1888). Dentre as diversas composições, hinos, autos, cantos, criou até valsa com letra de Gonçalves Dias.
Firmina registrou grande marco no Brasil ao se tornar a primeira mulher negra a publicar um romance, em 1859. A obra “Úrsula”, também a destaca como a primeira mulher negra a publicar em português obra explicitamente abolicionista em toda a América Latina.
Maria Firmina dos Reis, mulher preta, cuja mãe, alforriada, havia sido escrava do comendador Caetano José Teixeira, publicou em Revistas, Almanaques e outros periódicos diversos e de alta relevância na época e no meio. Ativista, expunha as injustiças do escravagismo e o sofrimento de suas vítimas, como no conto “A Escrava” (1887). Dedicava sua voz a quem não tinha como se fazer ouvir.
É a única mulher dentre os bustos da Praça do Pantheon, no Complexo Deodoro, Centro Histórico de São Luís/MA. Empenhou-se a tentar reverter estereótipos de gênero, raça, etnia, cor, classe social, a combater a desigualdade, buscar equilíbrio e justiça social através da arte, como escritora e musicista.

 
Maria Firmina dos Reis recebe esta homenagem póstuma em Antologia Poética com a colaboração do renomado Instituto Internacional Cultura Em Movimento – IICEM e da ilustríssima Federação Brasileira dos Acadêmicos das Ciências, Letras e Artes – FEBACLA, dentre outros apoiadores da cultura que propaga a liberdade de dar voz a quem não a tem!
Faça a sua voz ser ouvida!

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